quinta-feira, 22 de julho de 2010

SAUDADE

Queria dedicar essa postagem a minha grande companheira: A SAUDADE

"Quando a saudade é demais, não cabe no peito: escorre pelos olhos"
(Anônimo)

Eu sabia muito bem que quando eu viesse a Manaus sentiria muita saudade de tudo que deixei, mas na verdade eu não sabia, eu imaginava como seria, o que seria, mas imaginar foi muito pequeno, porque não há plena consciência do que é que vai sentir. Quando eu saía, quando eu estava fazendo algo que eu sabia ser a ultima vez em tempos, ou a ultima vez mesmo que estava fazendo isso ou aquilo, eu já sentia saudade do que estava acontecendo e eu chorava. A saudade já estava ali me mostrando que esse caminho que eu estava traçando para mim seria a maior mudança da minha vida, mas eu ainda não tinha dimensão do que estava por vir e talvez eu ainda não tenha e a saudade que eu sinta hoje, seja ínfima em relação ao que sentirei amanhã, afinal, é algo que imagino o que aconteça, mas eu imagino e imaginar nesse sentido, não é sentir.
Hoje escreverei sobre a imensa falta que sinto da minha família: meu pai, minha mãe, minha irmã e meu irmão e minha mãedrasta. É a saudade que mais dói, sufoca. Nossa, eu vejo as letrinhas que eles me escrevem e as lágrimas brotam involuntariamente, escuto a voz deles e as vezes é o suficiente para cair em choro no celular, ou então fico tão feliz em falar com eles, que quando desligo logo sinto falta e desato a chorar. Sempre, todos os dias, eu lembro como era estar em casa. Estar na sala deitada no sofá verde assistindo House, Supernatural, V, filmes, ou então no mesmo lugar lendo um livro, fazendo minhas unhas hehehe, comendo, estudando, da cama de painho que dormia quase toda noite e muitas vezes agarrada a ele, cobri-lo mas nunca cobrir o pé (senão ele fica sufocado rsrsrs uma peculiaridade dele), de todo dia desejar algumas vezes boa noite e beija-lo e abraça-lo toda vez que desejo, de brigar porque ele está fumando e me deixando sem ar, de ver ele dançar como só ele dança e ir na onda dele dançando junto (quem já o viu dançar sabe do que eu falo), de escutar o barulho da moto chegando em casa. Da minha mãe fazendo comida pra mim e perguntando quanto de comida eu quero, de assistir filme com ela e na metade do filme olhar pra ela só para constar se já estava dormindo para poder acordá-la, porque odeio estar assistindo filme com alguém e esse alguém não está assistindo, de chegar na casa dela e ir para cozinha me sentar na mesa vê-la cozinhando e contar as fofocas, conversar, ouvir sermão, de escutar o telefone tocar, atender e ser ela falando “Tôtoca, tu pinta o meu cabelo hoje né?”, de tingir o cabelo dela dizendo que ela tem que fazer isso e aquilo, de jogar canastra com ela bebendo coca cola e muitas vezes levar uma surra no jogo, de deitar no colo dela colocar a mão dela na minha cabeça pra receber cafuné e receber. De conversar com minha irmã sempre que estamos em casa, de vê-la ver inventando moda e rir das engenhosidades dela, de toda vez que dormíamos no nosso quarto, mesmo que uma esteja caindo de sono, sempre ficávamos conversando até as duas estarem com sono e dormir, de ela sempre me mostrar suas descobertas e falar do trabalho, ela vai rir disso porque ela disse que eu sentiria falta disso, ela toda vez me acordando nas horas mais incomodas porque quer de todo jeito falar comigo alguma coisa que aconteceu ou pelo simples fato de saber que odiava quando ela fazia isso. De eu estar assistindo algo e ela “Pirra, vem cáá”, de assistir filme com ela de suspense e rir com ela histérica ou vê-la chorando num filme de drama ou romance, de tirar onda com a cara dela quando o Sport ganha. Do abraço de urso do meu irmão, daquele sorriso dele que entrega que ele ta aprontando alguma coisa, das mentirinhas dele para me enrolar mas acabava entregando porque ele ria quando eu acreditava, ou se eu descobria que era mentira ele ria do mesmo jeito, de todas as vezes que ele me levava nos cantos, como num dia ele me levou na faculdade porque eu não podia mais faltar, quando ele me levava no trabalho e de um bocado de coisa que ele resolvia pra mim, das poucas vezes que saiamos juntos, mas lembro de todas como quando fomos para O Conselheiro para comemorar meu aniversário e eu chorei de raiva com ele porque ele se atrasou (ele viu que eu estava certa quando chegou ao Conselheiro) mas tivemos uma noitada maravilhosa, das nossas risadas juntos, da minha mãedrasta Célia, que me ajudou infinitamente em várias coisas e que também era minha fiel cliente de tingir o cabelo hehehe de rir das trapalhadas dela, de rir de nós duas e de quando contava alguma coisa pra ela, ela fazia uma cara de surpresa muito engraçada, dela fazer cafuné quase sempre no meu cabelo hehehe de pular em cima dela na cama e acordá-la dizendo “Acorda galega dorminhoca!!!”, dela fazer comidinha pra mim também, de fazer medo a ela a noite porque ela é medrosa, etc. São coisas que lembro agora e que sinto falta, eram lembranças do meu dia-a-dia com eles.
Poxa, tem também Malafinha que é meu irmãozinho muuuuiiito ciumento, não pode ver um homem no meu lado que já olha estranho pra mim com aquela cara de “Estou de olho em você viu?”, de raras as vezes ele fazer massagem no meu pé, de ficar conversando lorota com ele e rir com as histórias dele. E manda beijão pra Felipe, que ele fique bom logo. Eu lembro como ele era prestativo com as irmãzinhas dele, com tudo, sempre bem atencioso e carinhoso. De ver Léo ficar fulo ou feliz da vida dependendo do placar do jogo do Náutico e de vê-lo cantando Torcida alvi-rubra vamos levar o timbu a mais uma vitória...N-A-U... extremamente desafinado e ainda escuta-lo cantar (Léo é a pessoa mais desafinada que já ouvi), saudades do meu cunhado. Do meu padrasto que sempre comprava coca cola quando ia pra casa de mainha e ficava me perguntando sobre se assisti esse filme ou aquele, se gosto de tal musica e de jogar canastra, e entre outras coisas. De ver o rabinho da minha Minizinha balançando vindo até mim quando chegava em casa puxando com os dentes minha calça, de quando eu entrava no meu quarto a via deitada na minha cama, com a cabeça no travesseiro e coberta com meu lençol, de quando ela ficava passando a patinha no meu braço quando eu estava comendo para dar comida a ela.
De quando estou doente minha vózinha liga pra mim para perguntar como eu to, se eu tomei tal remédio e se não tomei, para tomar, de chegar na casa dela e ter que tirar logo os sapatos porque o piso reflete hehehe, de sentar na cozinha dela e vê-la fazer a comidinha da netinha porque ela não me deixa preparar nada, comer as deliciosas comidas árabes que ela faz e reclamar porque ela não para de limpar a casa, de abraçá-la e escutar ela dizer que me ama (no aeroporto ela me deu a santinha que ela usava para guardá-la e agora eu estou usando), das festas de fim de ano na casa dela com toda família Ebrahim, sendo ela a Matriarca. Da rubro negra da minha tia Ró, que ultimamente mal tenho falado e que toda vez que estamos juntas ela me faz um interrogatório de como está minha vida, de toda vez que chegava na casa de voinha, ficávamos um tempão no quarto de tia conversando e o salão de beleza de toda família quando queria se arrumar, das nossas conversas e risadas, das nossas brincadeiras na piscina com “tio” André e claro não posso de deixar de falar do babão do meu novo titio, das piadas dele, histórias e brincadeiras, me divertia muito com ele hehehe era cada risada boa hehehe. De tia Rô com seu corpinho violão e seus copinhos de cerveja escutando uma musiquinha de forró, lembro quando ela trabalhava no Atual na época que eu estudava lá e todos os dias eu passava na sala dela para vê-la, era tão bom!!! Da minha policial preferiiiidaa Katie Marrone hehehhehe ela diria “única tia policial né?”, ôôô me apoiou tantoo, respondia minhas mensagens mesmo de madrugada hehehe, sempre a encontrava nos eventos e ficava um tempão na delegacia móvel conversando com ela com o maior prazer ou quando não ficava lá sempre passava para dar um beijão nela, das vezes que me recebeu em sua casa e ficava conversando comigo enquanto comíamos na cozinha e de um bilhetinho que deixei na estante do quarto dela após passar uma noite lá. De tioo Flávio me chamando de Enferrujada e aquele olhar durão pra logo depois dar uma risada bem sonora e contagiante, ôô policial rubro negrooo hhehehe andar no carro com ele segurando o “p. merda” porque ele andava feito doido nas ruas e quando ele começava a balançar o carro hehehe. Da minha priminhaa mais nova Anninhaw, que amo tanto e que ela nem sabe. Sinto falta das poucas vezes que saímos, quando ela ia lá pra casa e meus amigos a apelidaram de Touquinha por causa de uma touca que ela usava muito, do nosso carnaval esse ano, de quando ela era pequeninha e eu segurava ela no braço e ela se jogava pra trás hehehe nunca esqueço disso, ela era tão pequenininha e agora ta tão gigante!!! Sinto falta da risada mais sonora que já escutei, aquela que Léo quer gravar no celular para ser o toque quando ela ligar, da minha tia Sissi, das histórias super malucas dela e que tudo é motivo de uma gaitada hehehe e dela dando de psicóloga comigo, ahhh quanta saudade dessa minha tia e eu nem me despedi dela, te amoo muito tia, eu deveria ter gravado tua risada para escutar bem muito aqui.  Também tem meu tio mouco Nicinho hehehe que é uma figura incrível e sempre presente nos eventos da família e me diz “Tio te ama!!” Tia Nana e tia Ana, saudades eternas por morarem no Rio de Janeiro, mas que quando vão a Recife é uma grande festa recheada de sorrisos, sorvetes e carinhos, amo muito as duas.
Tem uma pessoa da minha família que não vejo há 2 anos e meio e que agora me arrependo isso, que é meu avô materno. Ontem eu estava vendo fotos no PC da minha prima e vi fotos dele e bateu uma saudade, comecei a chorar lembrando do quanto gostava de estar com ele e sentar no colo dele e abraçá-lo, de chamá-lo de Tarcisio Meira. É uma vergonha admitir que a ultima vez que acho que falei com ele foi no último Dia dos Pais ou no Natal, então, mãe eu queria que a Sra fizesse o favor de ligar pra ele e transmitir essas palavras a ele: Vôzinho, sinto sua falta, me desculpe pela ausência, eu sempre o amei e amararei eternamente.
Gente,é muito difícil porque a saudade pode gerar sentimento de angústia, nostalgia e tristeza, mas quando "matamos a saudade" geralmente sentimos alegria. Estou no momento em que a saudade gera angustia e tristeza, mas não estou arrependida, continuo convicta de que estou escolhendo o melhor para minha vida e ela é cheia de escolhas e essas escolhas definem quem você é. Eu quero que as pessoas me vejam como uma pessoa que vai atrás do que quer, do que sonha, que enfrenta a distância e a saudade dos entes amados para conseguir o sonho almejado, que lutou, batalhou, caiu, levantou, venceu obstáculos, chorou, se desesperou, mas sorriu e alcançou a felicidade e o orgulho de crescer como pessoa e que no fim de tudo, olhou para os olhos dos pais e encontrou aprovação e orgulho. E então sentirei a desejada alegria de “matar a saudade” e voltar para casa fechando um ciclo, para abrir mais um e alcançar outras metas, outros projetos de vida.

Postado por Taciane Ebrahim
Montagens feitas por mim à minha Família

2 comentários:

  1. lemos Juntas.. eu e Mari! quer nos matar do coração é? Mari sorria e chorava aqui do meu lado!


    amamos vc viu.

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  2. hehehehe ôô sabe o que é legal? Que eu sei que qualquer postagem que eu fizer, vou ler algo teu Prilla e isso dar força, obrigada.
    E não quero matar ninguém do coração não, nem vc, nem Mari hehhehe
    Amo muito, uito as duas!!!
    Beijos gigantes e saudades demais.

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